quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Minha luz de natal :))


Filho é mesmo o melhor presente. Eu achava isto tão chinfrin (?) e frase feita quando não era mãe. Enfim, nada com um dia após o outro pra dar valor as coisas que minha mãe falava ou fazia. Pena que as vezes descobrimos quando já não dá pra retribuir totalmente. Eu nunca fui uma má filha, penso eu. Mas sei que poderia ter sido melhor. Sempre fui mais tranquila, respeitadora e procurava conversar bastante com meus pais, principalmente quando eu notava que algo os incomodava.

Durante as discursões eu era sempre a apaziguadora e falar era sempre mais fácil pra mim do que agredir. Eu sempre fui uma medrosa e fraca, no corpo a corpo apanharia até de um mosquito... Rs. Mas não é que eu não tivesse força, eu não tinha coragem de brigar. Preferia apanhar com medo de bater.

Nos meus primeiros anos de escola fui um saco de pancadas de algumas 'amigas' que logo perceberam meu jeito calmo e sem grandes reações. Aos poucos fui me defendendo com palavras e isto me tornava mais forte. Eu ainda não revidava com ações, mas não ficava calada diante de coisas que eu não concordava.

Estive pensando nestas coisas porque a partir do mês que vem a Yasmin vai começar a ir pra escola básica. Um outro mundo, mais competitivo e mais assustador também. Fico pensando como ela se sairá. Espero que melhor que a mãe :) Não que ela precise revidar algo com agressividade, mas que pelo menos não seja tão passiva como eu fui no início. Mas conhecendo a Yasmin sei que ela vai se dar bem e acho que será também uma criança muito popular. Ela não tem vergonha de nada ou ninguém, sempre foi super social e carismática. Ela quando não é aceita em algum lugar, se infiltra no grupo e não quer nem saber. Dali a pouco está amiga de todo mundo.

Eu me acabo de rir das coisas que ela fala. Fica repetitivo falar dela, mas se eu esperar muito pra contar as pérolas que a Yasmin fala, depois nem um livro vai suportar tanto material. :))

São tantas que eu me esqueço da maior parte. Deixa eu aproveitar as que me lembro agora pra não deixar que estas também se diluem no meu esquecimento:

Dia de SintMarteen, Yasmin andando com o lampeão pela rua e contando a todos que ela estava a dias de fazer 4 anos. Uma moça pergunta: "Que legal, e quando é que você faz 4 anos?" Yasmin: "No dia do meu aniversário ué"

Ontem o pai dela estava brincando com os dois e disse: "To vendo um pescocinho e vou fazer cócegas"... e fez ao mesmo tempo nela e no Giovanni. Ela revidou: "Não! Você fez cócegas no Giovanni e em mim ao mesmo tempo. Então não é um pescocinho, são 2 pescocinhos, ta bom?!"

Hoje, ao voltar da escola, quando eu a perguntei porque a professora tinha pedido pra eles irem hoje de pijama (esperando que ela me contasse o que aconteceu, assim eu entenderia o motivo): "Ih, mãe, desculpa. Esqueci de perguntar pra professora o porquê!"

Ontem vendo tv, ela saiu correndo e foi até lá em cima onde eu estava e me disse toda excitada: "Mamãe, mamãe. Você sabe como se fala Mac Donalds em holandês?" Eu disse:"MacDonalds também". Ela: "Não não não. É Happy Meal." hehehehe

Ainda ontem depois deste episódio do Mac Donalds, eu estava mostrando a ela no youtube a música Então é Natal, da Simone, que sempre me remete aos tempos de adolecência e aos natais passados com meus pais e minha irmã. E depois mostrei pra ela a mesma música, mas em inglês: So, it's Christmas. Ouvindo a música e vendo o clip ela deu um grito: Mac Donalds!! Eu espantada: "Onde, minha filha? Não vi nada de Mac Donalds na música." Ela toda segura de si: "Então volta um pouquinho a música". Voltei e novamente não vi nada. De repente ela grita: "Ouviu??? Mac Donalds!! Assim ó: And a Happy Meal Yearrrrr" ahahahaha

Ela agora está de férias e no dia 5 de janeiro, vida nova, grupo 1 da escola básica. Esta semana ela e o pai foram conhecer a nova professora e a escola. Ela está bem animada e ao mesmo tempo assustada. Agora ela vai ter que ser mais independente, e passará o dia quase todo na escola (sorte que a escola é bem pertinho e ela vem em casa de 11:30 as 13:00).

Esta semana ela me ajudou a montar a árvore de natal. A princípio seria azul e dourada, mas ela insistiu na inclusão da cor Rosa... tentei argumentar, mas não deu. Então é rosa, azul e dourado. Mas tudo bem, o importante é ter o toque dela :)) E a felicidade e o orgulho de ter me ajudado não tem preço.

Com este rostinho lindo desta menina sapeca, desejo a todos um natal de muita luz e alegria e um ano novo repleto de boas notícias.

Bjs!

(PS: Sandra - de Drenthe - tento já ha algum tempo entrar em contato com você mas não consigo. Me escreva um e-mail ou me adicione no seu msn?? roselenna@hotmail.com)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Balanço geral (2008) e expectativas (2009)

Final de ano é época de repensar o que aconteceu nos últimos 12 meses e fazer um balanço. O ano de 2008 pra mim foi e está sendo marcado por coisas muito boas e algumas tristes também:

- em 2008 iniciei um projeto brasileiro infantil do qual há tempos sonhava. Tomei coragem e falei a respeito, obtive várias reações positivas e apoio concreto. Achei que era a hora de arriscar e mesmo sem local certo marquei a primeira reunião. O projeto já completou 6 meses de atividade e 5 eventos. Já somos 6 organizadoras e tivemos um encontro record com quase 50 crianças. Já tivemos uma equipe de reportagem em um dos eventos, e conhecemos muita gente bacana. Ganhamos mais apoio a cada dia e estamos certas de que é apenas o início de uma longa história.

- em 2008 realizamos o sonho de nos mudarmos pra uma casa maior, com 3 (na verdade 5) quartos, jardim, garagem, espaço, e tranquilidade. Voltamos ao norte da Holanda, onde o Daniel tem suas raízes. Nunca me senti conectada pra valer em nenhum local da Holanda, portanto achei e acho importante que as crianças cresçam próximas da família. Já basta estar longe de metade dela. E Assen é um sonho antigo. Uma cidade que ambos gostamos, e escolhemos pra criar nossos filhos. Em 8 de setembro nos mudamos com a roupa do corpo e poucos móveis. Dia 13 de setembro veio todo o resto, e desde então estamos aqui colocando nossa casa e vida em ordem. Mas felizes com a escolha, com a mudança.

- em 2008 ganhei novos amigos e sofri com o sofrimento de amigos mais antigos. Uma amiga minha, em outubro deste ano, sofreu um acidente de carro junto com o esposo e a filha de 9 anos. Ela sobreviveu mas o esposo e a filha não. Fiquei super assustada, triste e solidária com tanta dor. Difícil acreditar, mas a vida acaba retomando seu rumo. E quando a minha estava tomando o seu, mais um choque, uma perda irreparável. Um dos meus amigos mais antigos e próximos. Esta perda recente ainda mantém minha vida meio congelada, uma confusão aqui dentro. A distância me deixou desarmada, contei com amigos e familiares pra me manter informada. Chorei, rezei, e continuo tentando entender, mas acreditando que a hora de cada um depende de um plano muito maior e superior, e que nada é por acaso. E mais do que tudo, que Deus só dá uma cruz do tamanho que a gente consiga carregar. E é vendo e conhecendo minha grande amiga que perdeu seu esposo, o meu amigo, é que acredito cada dia mais nisto.

- em 2008 tive esperanças de passar o primeiro natal no Brasil desde minha vinda pra cá. A esperança durou até meados do ano e se dissolveu a medida que a nossa mudança se tornava mais necessária, mais real e mais próxima. Aquela velha história de que é preciso fazer escolhas, e que elas devem favorecer não apenas a nós, mas a todos em nossa volta. Mudar era mais necessário do que rever minha família. Mas isto está tornando meu fim de ano mais difícil. Uma saudade enorme de tudo e de todos. O inverno que sempre me causou queda de ânimo e humor, está mais severo dentro de mim este ano. Nem o sol que aparece hora e outra, nem a neve que as vezes vem iluminar a paisagem que vejo da minha janela, tem amenizado a dificuldade de passar este fim de ano aqui.

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Resumindo, foi um ano de muitas realizações, de algumas perdas, de alegrias e frustrações, mas foi um ano que meus filhos estiveram o tempo todo ao meu lado, alegres, saudáveis, me dando a certeza de que nada é perdido se eles estão por perto. Neles eu busco motivação e superação, com eles eu comemoro as conquistas, e aproveito dos pequenos e mágicos momentos.

Em 2009, basta estar novamente com eles, basta que eles continuem sendo tão amorosos e que eles tenham muita saúde. Se junto a isto não houver grandes perdas e podermos ir ao Brasil curtir a família e os amigos, estarei imensamente agradecida a Deus.

Que venha 2009 e suas boas novas.

Ótimas festas a todos!

sábado, 13 de dezembro de 2008

A escrita salva??

Ei, estou de volta pela miléssima vez, e de novo sem saber por quanto tempo.

Não estou num dos meus melhores momentos, e espero que escrever um pouco ajude a superar este inverno que estou atravessando aqui dentro.

E é mesmo como o inverno aqui de fora, às vezes o sol aparece, às vezes uma linda neve vem cobrir o chão e os telhados, Mas daí o céu fica cinza de novo, e nada se vê além da falta de verde, nada se sente além do frio que insite em entrar pelas frestas da porta e não respeitam o aquecedor ligado afim de elimina-lo.

Ando extremamente saudosa, com vontade de ver e abraçar todos que eu amo. Alguns deles estão aqui, mas a enorme maioria estão há um oceano inteiro de mim.

Acreditei até meados deste ano que finalmente passaria um natal ao lado dos meus pais, irmã, sobrinhos, amigos... depois de 8 anos de Holanda. Não, não é ou será desta vez de novo.

Acreditei que me mudar de endereço e pra uma casa maior, numa cidade que gosto, daria um gás novo à minha vida. Nova casa, novo ânimo. Sim, deu, mas aparentemente menos do que eu estava precisando. Mas é inegável que estou mais feliz aqui do que na outra casa. Embora muito há de se mudar ainda na casa, e principalmente nas pessoas que vivem nela (exceto meus filhos, que são a melhor coisa da minha vida, e da nossa casa).

Somado a tudo isto, os meses de novembro e dezembro pra mim sempre são tristes, sombrios, saudosos. Tenho certeza que sofro de uma versão light de depressão de inverno, falta de luz solar. Mas o que me deixou e está deixando muito triste é a perda de um grande amigo.

Não quero nem entrar (por enquanto) muito em detalhes das boas lembranças e dos fatos recem-ocorridos, até pq não acho que seja hora de confrontar alguns amigos que temos em comum e principalmente minha grande amiga Leda, esposa deste meu amigo (e que lê este blog de vez em quando) como tudo isto.

Estou escrevendo na esperança de que a escrita salve, reanime, motive e traga um pouco de luz na minha vida. Se ela fizer 1% do que os meus filhos fazem, já estará de bom tamanho, porque estes sim me mantem de pé e me fazem rir nas horas mais improváveis :)

Yasmin me deu muita força nos dias após saber da notícia do meu amigo, me disse coisas impensáveis de se ouvir de uma criança de 4 anos. Algumas até engraçada, outras realmente confortantes, mesmo na inocência da lógica dela.

Quando ela me perguntou porque eu estava tão triste eu expliquei, e ela disse: "Ah, mamãe. Olha, eu estou aqui e sou sua amiga também tá?" E me abraçou :))

Depois me disse com um ar de quem sabe tudo sobre o assunto: "Olha, quando você ficar velhinha e for pro céu, daí você vai ver o Tio Eduardo de novo, tá bom?" :')

E quando o papai estava chorando ela disse: "Papai, eu tenho a solução. Quando o carteiro for pro céu, você pede ele pra levar uma carta pro Tio Eduardo." :))

Bom, agora a minha princesinha está ali deitada, abraçada a boneca Dora presente do Sinterklaas, e debaixo das cobertas... dodói. Está a 3 dias com gastrointerite viral. E o Daniel também. Até o momento Gio e eu estamos ilesos. E rezo pra que continue assim. Minha sogra e sogro estão ambos de cama, e na casa da minha cunhada estão os 6 todos com gastrointerite.

Estou tentando arrumar ânimo pra montar a árvore de natal e quem sabe assim trazer um pouco de luz e deixar o espírito natalino entrar na casa e nas nossas vidas.

Cá estou eu, uma volta meio desesperada, cinza, mas tentando melhorar. E sei que vou conseguir :))

Bjs