quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Minha luz de natal :))


Filho é mesmo o melhor presente. Eu achava isto tão chinfrin (?) e frase feita quando não era mãe. Enfim, nada com um dia após o outro pra dar valor as coisas que minha mãe falava ou fazia. Pena que as vezes descobrimos quando já não dá pra retribuir totalmente. Eu nunca fui uma má filha, penso eu. Mas sei que poderia ter sido melhor. Sempre fui mais tranquila, respeitadora e procurava conversar bastante com meus pais, principalmente quando eu notava que algo os incomodava.

Durante as discursões eu era sempre a apaziguadora e falar era sempre mais fácil pra mim do que agredir. Eu sempre fui uma medrosa e fraca, no corpo a corpo apanharia até de um mosquito... Rs. Mas não é que eu não tivesse força, eu não tinha coragem de brigar. Preferia apanhar com medo de bater.

Nos meus primeiros anos de escola fui um saco de pancadas de algumas 'amigas' que logo perceberam meu jeito calmo e sem grandes reações. Aos poucos fui me defendendo com palavras e isto me tornava mais forte. Eu ainda não revidava com ações, mas não ficava calada diante de coisas que eu não concordava.

Estive pensando nestas coisas porque a partir do mês que vem a Yasmin vai começar a ir pra escola básica. Um outro mundo, mais competitivo e mais assustador também. Fico pensando como ela se sairá. Espero que melhor que a mãe :) Não que ela precise revidar algo com agressividade, mas que pelo menos não seja tão passiva como eu fui no início. Mas conhecendo a Yasmin sei que ela vai se dar bem e acho que será também uma criança muito popular. Ela não tem vergonha de nada ou ninguém, sempre foi super social e carismática. Ela quando não é aceita em algum lugar, se infiltra no grupo e não quer nem saber. Dali a pouco está amiga de todo mundo.

Eu me acabo de rir das coisas que ela fala. Fica repetitivo falar dela, mas se eu esperar muito pra contar as pérolas que a Yasmin fala, depois nem um livro vai suportar tanto material. :))

São tantas que eu me esqueço da maior parte. Deixa eu aproveitar as que me lembro agora pra não deixar que estas também se diluem no meu esquecimento:

Dia de SintMarteen, Yasmin andando com o lampeão pela rua e contando a todos que ela estava a dias de fazer 4 anos. Uma moça pergunta: "Que legal, e quando é que você faz 4 anos?" Yasmin: "No dia do meu aniversário ué"

Ontem o pai dela estava brincando com os dois e disse: "To vendo um pescocinho e vou fazer cócegas"... e fez ao mesmo tempo nela e no Giovanni. Ela revidou: "Não! Você fez cócegas no Giovanni e em mim ao mesmo tempo. Então não é um pescocinho, são 2 pescocinhos, ta bom?!"

Hoje, ao voltar da escola, quando eu a perguntei porque a professora tinha pedido pra eles irem hoje de pijama (esperando que ela me contasse o que aconteceu, assim eu entenderia o motivo): "Ih, mãe, desculpa. Esqueci de perguntar pra professora o porquê!"

Ontem vendo tv, ela saiu correndo e foi até lá em cima onde eu estava e me disse toda excitada: "Mamãe, mamãe. Você sabe como se fala Mac Donalds em holandês?" Eu disse:"MacDonalds também". Ela: "Não não não. É Happy Meal." hehehehe

Ainda ontem depois deste episódio do Mac Donalds, eu estava mostrando a ela no youtube a música Então é Natal, da Simone, que sempre me remete aos tempos de adolecência e aos natais passados com meus pais e minha irmã. E depois mostrei pra ela a mesma música, mas em inglês: So, it's Christmas. Ouvindo a música e vendo o clip ela deu um grito: Mac Donalds!! Eu espantada: "Onde, minha filha? Não vi nada de Mac Donalds na música." Ela toda segura de si: "Então volta um pouquinho a música". Voltei e novamente não vi nada. De repente ela grita: "Ouviu??? Mac Donalds!! Assim ó: And a Happy Meal Yearrrrr" ahahahaha

Ela agora está de férias e no dia 5 de janeiro, vida nova, grupo 1 da escola básica. Esta semana ela e o pai foram conhecer a nova professora e a escola. Ela está bem animada e ao mesmo tempo assustada. Agora ela vai ter que ser mais independente, e passará o dia quase todo na escola (sorte que a escola é bem pertinho e ela vem em casa de 11:30 as 13:00).

Esta semana ela me ajudou a montar a árvore de natal. A princípio seria azul e dourada, mas ela insistiu na inclusão da cor Rosa... tentei argumentar, mas não deu. Então é rosa, azul e dourado. Mas tudo bem, o importante é ter o toque dela :)) E a felicidade e o orgulho de ter me ajudado não tem preço.

Com este rostinho lindo desta menina sapeca, desejo a todos um natal de muita luz e alegria e um ano novo repleto de boas notícias.

Bjs!

(PS: Sandra - de Drenthe - tento já ha algum tempo entrar em contato com você mas não consigo. Me escreva um e-mail ou me adicione no seu msn?? roselenna@hotmail.com)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Balanço geral (2008) e expectativas (2009)

Final de ano é época de repensar o que aconteceu nos últimos 12 meses e fazer um balanço. O ano de 2008 pra mim foi e está sendo marcado por coisas muito boas e algumas tristes também:

- em 2008 iniciei um projeto brasileiro infantil do qual há tempos sonhava. Tomei coragem e falei a respeito, obtive várias reações positivas e apoio concreto. Achei que era a hora de arriscar e mesmo sem local certo marquei a primeira reunião. O projeto já completou 6 meses de atividade e 5 eventos. Já somos 6 organizadoras e tivemos um encontro record com quase 50 crianças. Já tivemos uma equipe de reportagem em um dos eventos, e conhecemos muita gente bacana. Ganhamos mais apoio a cada dia e estamos certas de que é apenas o início de uma longa história.

- em 2008 realizamos o sonho de nos mudarmos pra uma casa maior, com 3 (na verdade 5) quartos, jardim, garagem, espaço, e tranquilidade. Voltamos ao norte da Holanda, onde o Daniel tem suas raízes. Nunca me senti conectada pra valer em nenhum local da Holanda, portanto achei e acho importante que as crianças cresçam próximas da família. Já basta estar longe de metade dela. E Assen é um sonho antigo. Uma cidade que ambos gostamos, e escolhemos pra criar nossos filhos. Em 8 de setembro nos mudamos com a roupa do corpo e poucos móveis. Dia 13 de setembro veio todo o resto, e desde então estamos aqui colocando nossa casa e vida em ordem. Mas felizes com a escolha, com a mudança.

- em 2008 ganhei novos amigos e sofri com o sofrimento de amigos mais antigos. Uma amiga minha, em outubro deste ano, sofreu um acidente de carro junto com o esposo e a filha de 9 anos. Ela sobreviveu mas o esposo e a filha não. Fiquei super assustada, triste e solidária com tanta dor. Difícil acreditar, mas a vida acaba retomando seu rumo. E quando a minha estava tomando o seu, mais um choque, uma perda irreparável. Um dos meus amigos mais antigos e próximos. Esta perda recente ainda mantém minha vida meio congelada, uma confusão aqui dentro. A distância me deixou desarmada, contei com amigos e familiares pra me manter informada. Chorei, rezei, e continuo tentando entender, mas acreditando que a hora de cada um depende de um plano muito maior e superior, e que nada é por acaso. E mais do que tudo, que Deus só dá uma cruz do tamanho que a gente consiga carregar. E é vendo e conhecendo minha grande amiga que perdeu seu esposo, o meu amigo, é que acredito cada dia mais nisto.

- em 2008 tive esperanças de passar o primeiro natal no Brasil desde minha vinda pra cá. A esperança durou até meados do ano e se dissolveu a medida que a nossa mudança se tornava mais necessária, mais real e mais próxima. Aquela velha história de que é preciso fazer escolhas, e que elas devem favorecer não apenas a nós, mas a todos em nossa volta. Mudar era mais necessário do que rever minha família. Mas isto está tornando meu fim de ano mais difícil. Uma saudade enorme de tudo e de todos. O inverno que sempre me causou queda de ânimo e humor, está mais severo dentro de mim este ano. Nem o sol que aparece hora e outra, nem a neve que as vezes vem iluminar a paisagem que vejo da minha janela, tem amenizado a dificuldade de passar este fim de ano aqui.

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Resumindo, foi um ano de muitas realizações, de algumas perdas, de alegrias e frustrações, mas foi um ano que meus filhos estiveram o tempo todo ao meu lado, alegres, saudáveis, me dando a certeza de que nada é perdido se eles estão por perto. Neles eu busco motivação e superação, com eles eu comemoro as conquistas, e aproveito dos pequenos e mágicos momentos.

Em 2009, basta estar novamente com eles, basta que eles continuem sendo tão amorosos e que eles tenham muita saúde. Se junto a isto não houver grandes perdas e podermos ir ao Brasil curtir a família e os amigos, estarei imensamente agradecida a Deus.

Que venha 2009 e suas boas novas.

Ótimas festas a todos!

sábado, 13 de dezembro de 2008

A escrita salva??

Ei, estou de volta pela miléssima vez, e de novo sem saber por quanto tempo.

Não estou num dos meus melhores momentos, e espero que escrever um pouco ajude a superar este inverno que estou atravessando aqui dentro.

E é mesmo como o inverno aqui de fora, às vezes o sol aparece, às vezes uma linda neve vem cobrir o chão e os telhados, Mas daí o céu fica cinza de novo, e nada se vê além da falta de verde, nada se sente além do frio que insite em entrar pelas frestas da porta e não respeitam o aquecedor ligado afim de elimina-lo.

Ando extremamente saudosa, com vontade de ver e abraçar todos que eu amo. Alguns deles estão aqui, mas a enorme maioria estão há um oceano inteiro de mim.

Acreditei até meados deste ano que finalmente passaria um natal ao lado dos meus pais, irmã, sobrinhos, amigos... depois de 8 anos de Holanda. Não, não é ou será desta vez de novo.

Acreditei que me mudar de endereço e pra uma casa maior, numa cidade que gosto, daria um gás novo à minha vida. Nova casa, novo ânimo. Sim, deu, mas aparentemente menos do que eu estava precisando. Mas é inegável que estou mais feliz aqui do que na outra casa. Embora muito há de se mudar ainda na casa, e principalmente nas pessoas que vivem nela (exceto meus filhos, que são a melhor coisa da minha vida, e da nossa casa).

Somado a tudo isto, os meses de novembro e dezembro pra mim sempre são tristes, sombrios, saudosos. Tenho certeza que sofro de uma versão light de depressão de inverno, falta de luz solar. Mas o que me deixou e está deixando muito triste é a perda de um grande amigo.

Não quero nem entrar (por enquanto) muito em detalhes das boas lembranças e dos fatos recem-ocorridos, até pq não acho que seja hora de confrontar alguns amigos que temos em comum e principalmente minha grande amiga Leda, esposa deste meu amigo (e que lê este blog de vez em quando) como tudo isto.

Estou escrevendo na esperança de que a escrita salve, reanime, motive e traga um pouco de luz na minha vida. Se ela fizer 1% do que os meus filhos fazem, já estará de bom tamanho, porque estes sim me mantem de pé e me fazem rir nas horas mais improváveis :)

Yasmin me deu muita força nos dias após saber da notícia do meu amigo, me disse coisas impensáveis de se ouvir de uma criança de 4 anos. Algumas até engraçada, outras realmente confortantes, mesmo na inocência da lógica dela.

Quando ela me perguntou porque eu estava tão triste eu expliquei, e ela disse: "Ah, mamãe. Olha, eu estou aqui e sou sua amiga também tá?" E me abraçou :))

Depois me disse com um ar de quem sabe tudo sobre o assunto: "Olha, quando você ficar velhinha e for pro céu, daí você vai ver o Tio Eduardo de novo, tá bom?" :')

E quando o papai estava chorando ela disse: "Papai, eu tenho a solução. Quando o carteiro for pro céu, você pede ele pra levar uma carta pro Tio Eduardo." :))

Bom, agora a minha princesinha está ali deitada, abraçada a boneca Dora presente do Sinterklaas, e debaixo das cobertas... dodói. Está a 3 dias com gastrointerite viral. E o Daniel também. Até o momento Gio e eu estamos ilesos. E rezo pra que continue assim. Minha sogra e sogro estão ambos de cama, e na casa da minha cunhada estão os 6 todos com gastrointerite.

Estou tentando arrumar ânimo pra montar a árvore de natal e quem sabe assim trazer um pouco de luz e deixar o espírito natalino entrar na casa e nas nossas vidas.

Cá estou eu, uma volta meio desesperada, cinza, mas tentando melhorar. E sei que vou conseguir :))

Bjs

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Antídoto anti-stress

Quanto menos tempo tenho, mais tempo gasto com coisas bobas... mas que funcionam como anti-stress. Pois é, to estressada, cansada, e ao invez de fazer as mil e uma coisas que tenho pra fazer, um simples teste de matemática ou vocabulário ganha toda minha atenção :))

Este aqui peguei no blog da Drica (Nesce) e ela no blog da Ana Paula e assim por diante... hehehehe. Como disse a Nesce, só vou publicar porque o resultado foi bom :)

Resultado: 21 pontos

Eu tenho um excelente vocabulário.

Teste Seu Vocabulário.

Oferecimento: InterNey.Net

Pra vocês não dizerem que não divido as inutilidades da vida com vocês, um teste de matemática:

(O resultado eu posto no proximo post :) ... quem descobrir não escreve nos comentários)

Um homem chega a uma igreja que tem 3 santos. Ele se dirige ao primeiro santo e lhe fala:
- Se você dobrar o que eu tenho no bolso, dou-lhe 20 reais.
O santo dobra o que ele tem no bolso e o homem lhe dá os 20 reais.
Ele parte para o segundo santo e lhe fala:
- Se você dobrar o que eu tenho no bolso, dou-lhe 20 reais.
O santo dobra o que ele tem no bolso e o homem lhe dá os 20 reais.
Ele parte para o terceiro santo e lhe fala:
- Se você dobrar o que eu tenho no bolso, dou-lhe 20 reais.
O santo dobra o que ele tem no bolso e o homem dá os 20 reais ao santo e fica sem nada no bolso.

Pergunta: como pode ele dobrar 3 vezes o que tinha no bolso e acabar duro?
Com quanto dinheiro o homem chegou à igreja?

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Algo de útil, mais uma pérola da Yasmin:

Quarta passada meus sogros estiveram aqui pra ajudar com as crianças e podermos empacotar mais coisas. Minha sogra saiu com os pequenos, e no caminho a Yasmin ao ver uma formiga carregando um mosquito morto nas costas perguntou:

- Oma (vovó), porque a formiga tá carregando o mosquito morto?

E minha sogra explicou:

- É que os mosquitos são comida pras formigas. Na verdade elas fazem um favor porque comem os mosquitos que morrem e ficam no chão e assim não fica tudo sujo de mosquito pra todo lado.
Daí a Yasmin dispara:

- Ah tá. Então isto é também uma forma de reciclagem né?

Rs

Pra ela tudo que é utilizado ou re-utilizado em prol de manter as coisas limpas, é reciclagem :)

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Um menino cheio de charme e ritmo

Gio tem swing. Ele dança o dia inteiro. As vezes até sem música. E nem sempre é um balanço de aleatório de corpo, mas dá uns passinhos seguidos como se soubesse o que está fazendo... hehehe. As vezes ele continua brincando com o que está na mão e vai dançando como se não pudesse ficar parado ao ouvir uma música.

Falando em música, ele (como a Yasmin) adora RHCP. Também o pai cantarola as músicas deles o dia todo.

O Gio é super inquieto pra trocar fralda, mas se o pai canta Under the bridge, ele fica quietinho escutando. Agora deu pra cantar junto... pelo menos o pa pa un pa da música (entre o primeiro e segundo verso). Quando está quase chegando nesta parte ele já começa... pa pa un pa / pa pa un pa.

Também pudera, meu filho mal nasceu (estava com 12 horas de nascido) e o pai se mandou pra Arhem (do outro lado da Holanda) pra assistir ao show do RHCP.

Como o Daniël disse no dia: Eu estava em dúvida se iria, com você a ponto de ganhar nenem, mas agora eu vou, porque tenho certeza que você não vai entrar em trabalho de parto enquanto eu estiver em Arhem.

Pois é...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

De Assen à Assen

Ainda nem completei 8 anos de Holanda e já estou a ponto de fazer minha sétima mudança em terras baixas. Este quadro é ainda mais assustador quando se considera o fato de em apenas 2 lugares eu ter vivido (somado) 5 anos. Ou seja, os outros 3 anos dividi vivendo em 5 locais diferentes. Isto significa que em algumas casas eu não fiquei mais do que 7 meses (em uma nem mesmo 3 meses). Sou portanto quase uma cigana. E mudar cansa, se cansa!!

O destino desta vez é Assen, a primeira cidade que morei quando cheguei na Holanda em 2000.


Assen é a capital da província de Drenthe, que junto as províncias de Groningen e Friesland formam o norte da Holanda.

Estamos aqui em Schoorl há 3 anos. Quando viemos pra cá o apartamento foi ótimo pra gente. Afinal até então nos virávanmos moravando num quarto e sala que conseguimos alugar depois de muita procura quando o Daniel arrumou emprego em Amsterdã, e eu estava grávida da Yasmin. Além de ser super pequeno, era dentro de um galpão e não oferecia nenhum conforto ou segurança. Quando a Yasmin fez 7 meses nos mudamos pra Schoorl, num apartamento novinho em folha de 2 quartos. Ideal. Pelo menos até agora. Com 2 filhos de 3 e 1 ano, o apartamento ficou muito pequeno e a falta de espaço começa a complicar.

Desde que viemos do norte da Holanda (o Daniel é de Groningen) pra cá, sempre tinhamos em mente um dia retornar pra lá, afinal a família e os amigos do Daniel são todos daquela região. Eu sempre adorei morar aqui mais próximo de Amsterdã - apesar de não gostar de viver em apartamento - mas achava sem sentido morarmos os dois (Daniel e eu) em um lugar do qual ambos não tinham qualquer relação.

O Daniel desde que veio pra cá só fez planejar a volta pra Groningen (ou arredores), e desde então começamos a discutir onde moraríamos. Eu achava que o nordeste de Groningen (onde o Daniel nasceu) não era talvez ideal pras crianças, já que a mentalidade das pessoas ainda é meio fechada, um pouco boer (caipira) mesmo. Claro que por outro lado eles são pessoas mais amigáveis, educadas e relaxadas em comparação com os holandeses daqui na região de Amsterdã, que estão sempre correndo, são super desconfiados, e nunca te dão um bom dia.

Como um dos locais que ambos moramos e gostamos era Assen, e além de ser uma cidade relativamente grande, mas ainda um lugar tranquilo e familiar, com boas escolas, e perto de Groningenstad (cidade de Groningen) que é uma cidade bem grande (pros padrões holandeses) e também uma cidade universitária - já pensando no futuro dos meus pequenos - foi Assen então a escolhida.

Mas acho que o que influenciou também minha escolha por Assen foi o momento em que vivi lá. Os 3 primeiros meses de Holanda, o encantamento da chegada num mundo totalmente novo.. a primeira neve, o começo da nossa vida juntos.

Coincidentemente, quando a vida aqui na Holanda começou a se tornar normal, o encantamento foi diminuindo, me mudei de Assen, então a cidade ficou pra mim como um lugar místico, um símbolo de uma Holanda que eu olhava com os olhos brilhando, maravilhada. Assen me remete à Holanda que me encantou.

E o bairro que vamos morar agora é o mesmo onde morei há 8 anos atrás, ou seja o mesmo centro comercial, o mesmo supermercado que muitas vezes fomos juntos (Daniel e eu) a bordo da histórica Scotter (motocicleta) amarela.

Os tempos são outros. A Holanda já não é mais tão nova e perfeita pra mim, embora ainda me sinto muito feliz vivendo aqui - apesar da falta que a minha família e amigos me faz. Hoje não somos mais um casal de namorados começando uma relação. Não temos mais a scotter amarela, a liberdade de 2 jovens morando com os pais do rapaz. Mas temos coisas muito melhores :)) Temos um futuro a oferecer aos nossos filhotes e a responsabilidade de fazer a escolha certa de onde eles vão morar nos próximos anos. Onde iniciarão a vida escolar, terão os primeiros amiguinhos, e quem sabe os primeiros amores :)) Mas isto ainda tá longe... melhor nem pensar nisto por enquanto... rs

Hoje o Daniël foi assinar o contrato de aluguel, e a data da mudança vai depender dos atuais moradores. A princípio a entrega das chaves será dia 01/09, mas pode acontecer antes. Enquanto isto estamos já empacotando tudo que já é possível empacotar, e a casa está um caos, com caixas de mudança pra todos os lados. E é só o começo do caos, mas estamos muito felizes, e isto compensa a tragicomédia que é mais uma verhuizen na nossa vida.

Agora é só torcer pra que nossos nervos e movéis suportem mais uma mudança.


MAPA DOS LUGARES QUE VIVI NA HOLANDA E ALEMANHA NESTES QUASE 8 ANOS:

De dez/2000 à fev/2001 - Assen
De fev/2001 à set/2001 - Stavern (Alemanha)
De set/2001 à mai/2002 - Bunde (Alemanha)
De mai/2002 à fev/2004 - Nieuweschans
De fev/2004 à set/2004 - Bunde (Alemanha)
De set/2004 à jul/2005 - Egmond aan den Hoef
De jul/2005 à set/2008 - Schoorl
De set/2008 à ????? - Assen

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ela, sempre ela...

Já está até repetitivo falar o quanto a Yasmin nos surpreende com sua inteligência (leia os vários posts passados, inclusive o post ABC ANTES DA HORA?? de 17 de janeiro de 2008), mas nunca é demais voltar ao assunto, até porque vira e mexe ela aparece com algo novo que nos enche de orgulho ou nos faz rir muito. Por isto este post será mais uma seleção de pérolas da Yasmin nos últimos meses.

PÉROLA 1: A Yasmin embora esteja na fase do porque, ela também costuma fazer perguntas mais complexas tipo: Pra que serve isto? - De onde vem isto? - Do que isto é feito? - Como se faz isto?

Nesta linha de perguntas, e tomando um yoghurt, outro dia ela me indagou:

- Mamãe, do que é feito o yoghurt?
- De leite, meu amor.
- E de onde vem o leite???
- Da vaquinha
Dai ela exclama:
- Muito bem mamãe, você tá sabendo tudo direitinho!!!

Enfim, achei que estava explicando, eu estava era participando de um quizz. Ponto pra mim então. Hehehe

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PÉROLA 2: Num momento de péssimo humor, eu estava bem irritada com algo (que não me lembro bem no momento) e chutei uma caixa que estava no meio da sala. A Yasmin assistindo aquilo me perguntou:

- Mamãe, você está brava comigo?
Na hora minimizei a voz e expliquei:
- Não meu amor, mamãe não tá brava com você não.
- Então tá brava com o Giovanni??
- Também não meu bem.
- Então tá brava com a caixa?????
- Rs. Não, Mimim a mamãe não tá brava com a caixa.
Ela pensou um pouquinho e perguntou:
- Então você tá brava com você mesma??
Achei incrível a lógica dela e respondi:
- Sim, Mimim, a mamãe tá brava com ela mesma.
Ela olhou pra mim e disse:
- Ihhh, mamãe. Isto não é nada bom, heim??

Tenho uma psicologa em casa, que descobre o meu problema e dá conselho. Hehehehe

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PÉROLA 3 - Esta semana, lendo um livro de historinhas pra ela, enquanto ela ouvia atentamente:

- Então o menino foi passar as férias na casa da vovó. A noite na hora de dormir, a vovó o colocou na cama, cantou uma música de ninar e saiu de fininho. Mas quando ela abriu a porta, esta faz um barulho: ieééééé. E a criança acordou. Chorou. A vovó voltou, e disse: Hoje, só hoje, o gato pode dormir com você na cama. - O gato veio, a vovó cantou novamente uma música de ninar, saiu de fininho e a porta: ieéééééé. A criança acordou, chorou. O gato miou. A vovó voltou e disse: - Hoje, só hoje e nenhum outro dia, o cachorro também pode vir dormir com você. O cachorro veio, a vovó cantou mais uma vez a música de ninar, e saiu... a porta iéééééééé... a criança acordou, chorou...

Dai a Yasmin me interrompeu e disse:
- A vovó bem podia passar um óleo de máquina nesta porta, né?

Enfim, ela é o horror dos livros educativos. Ela soluciona o problema antes de terminarmos de ler o livro. Hehehehe

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PÉROLA 4 - Descobrimos o óbvio: Motivar a pensar, estimula a criatividade. Isto com a Yasmin é fato :)

Dia destes, indo de carro pra casa dos meu sogros, a Yasmin enquanto observava os moinhos de vento pela janela, perguntou:

- Pra que servem os moinhos de vento?
Dai o Daniel sugeriu:
- Fala pro papai pra que você acha que serve, daí depois o papai te fala se está certo ou não e te explica.
A Yasmin pensou um pouco e disse:
- Eu acho que os moinhos de vento existem pra soprar as núvens embora, e assim o sol poder aparecer de novo.

:)))

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PÉROLA 5 - Nesta mesma viagem, mas na volta pra casa, a Yasmin novamente olhando pela janela do carro, perguntou:

- Porque é que venta? O vento serve pra que?
O Daniel manteve a idéia de motivar ela a pensar e disse:
- Pra que você acha que serve o vento? Me conta?
Ela novamente pensou e disse:
- Eu acho que serve pra secar a roupa do varal. Senão como íamos vestir roupa sequinha?

:)))))

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Este post com certeza foi motivado pela saudade que eu estou dela. Ontem ela foi com o pai pra casa dos meus sogros, e ficarão por lá 2 dias.

Sinto falta até do Bom diaaaa mami pami, dela :)))

Bom, mas vou aproveitar que minha espoletinha não está, e meu bagunceiro ainda dorme de dia, pra dar uma arrumada na casa e fazer algumas coisas que preciso.

Bjs!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Voltei

É sempre assim, quando todos dão por certo (inclusive eu mesma) que não volto, cá estou novamente.

Bateu vontade outra vez... e vamu que vamu!!

O blog volta mas um pouco diferente, não é mais só sobre a minha rosa e o meu cravo, mas sobre a família Tuin como um todo e tudo que gira em torno da nossa vida aqui.

Desde que parei com o blog muita coisa aconteceu. E estou no meio de um turbilhão de acontecimentos bons. Quero falar deles aqui e torço pra que meus amigos e minha família aproveite este cantinho pra estar mais em contato conosco, e vice-versa.

Recomeço número 2020238320299 do blog. E lá vamos nós :) Hehehe

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Turma do barulho (aumente - ou diminua - o som... rs):



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Minha bailarina:

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Quem leu leu... hehehe

Apaguei boa parte do post passado, apenas porque acho que negatividade só atrai negatividade... não disse nenhuma besteira, mas acho desnecessario deixar arquivado pra sempre coisas tão pessoais. Quem leu, leu, que nao leu, se quiser, pergunte... hehehehe.

Mas como eu disse boa parte do meu desânimo era causado pelo atraso do meu ciclo, e este finalmente deu o ar da graça, entao ta bem melhor. E o Daniel e eu temos conversado muito, isto resolve boa parte do resto dos problemas... e o restante, só o tempo e as resoluçoes da promoção do Daniel e nossa mudança, tomarão conta.

Enquanto isto, eu fico aqui curtindo meus pequenos...

YASMIN CANTA RED HOT CHILI PEPERS


terça-feira, 1 de abril de 2008

Alterando momentos...



Ultimamente ando meio impaciente, facilmente irritada e totalmente desanimada. Mas também alterno com momentos de tranqüilidade e até certo ânimo. Deve ser este fim de inverno, esta volta de férias, esta incerteza quanto ao futuro próximo. Stress. É isto. Só não sei como me livrar dele.

...

Mas não há de ser nada. Vai dar tudo certo. Até porque com eles (foto lá em cima) do meu lado, não tenho razão e nem o direito de ficar pra baixo :)


segunda-feira, 3 de março de 2008

Cadê ocê? Ondé qui ocê tá?

Nem sei por onde começar. Tanto tempo sem postar teve várias razões... um certo desânimo motivado por algum estresse, talvez seja o mais verdadeiro das razões. Mas depois ocorreu algo novo e eu queria contar aqui, veio um vírus que derrubou quase toda a família por uma semana inteira. Eu ainda não estou muito bem não. O Gio tadinho, tá bem gripadinho... a Yasmin, eu diria que o pior já passou. E o Daniel teve uma ameaça, mas que eu acredito era mais o cansaço dos últimos dias aliado ao tal estresse (este de cunho profissional e que se desenrolará esta semana).

A boa notícia já confirmada é que esta semana vamos pra França... passar uma semana nos Alpes. Esportes de inverno em uma estação de esqui. Depois vou contar direito como surgiu a oportunidade, mostrar fotos do lugar e falar dos preparativos. É tudo muito corrido. Esta gripe está me impossibilitando de colocar os planos em prática, mas como sempre minha sogra virá pra salvar a pátria e nos dar uma força, de quarta até sexta (dia da viagem).

Vou já indo de novo. Gio está dormindo mas a Yasmin ainda não está 100% ok e tá pedindo knufel (abraço).

Volto depois.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

CIÚMES DO BEM?


Não tem jeito. Entre dois irmãos, uma hora ou outra o ciúmes vem. Estamos vivendo o ciúmes meio tardio da Yasmin pelo Giovanni. Talvez nem tão tardio assim. Talvez só a fascinação da chegada do irmão tenha passado, e agora ela esteja sentindo que dividir a atenção, o tempo e o colo dos pais não é tão legal assim como parecia.

Uma fase? Tomara que sim.

A Yasmin ama o irmão de paixão, não resta dúvidas. Mas nos últimos tempos ela tem sentido um pouco o peso de ser a irmã mais velha. A sensação que ela tem parece ser a de que o Gio traz muita coisa boa pra ela, mas também tira.


Nós procuramos dar o máximo de atenção possível, mas sem paranóia. É até natural que a atenção diminua com o passar dos anos, e nem tanto pela chegada do segundo filho, mas porque a criança está crescendo e precisa aos poucos aprender a se virar. A largar as fraldas, a comer sozinha, a beber no copo e não no canudinho, etc. Mas quando no meio destas mudanças chega em casa um bebê, tão dependente e tão cercado de cuidados, é normal que a criança pense que usar as fraldas, ganhar comida na boca etc, é uma forma de manter os pais próximos e fazer a divisão de atenção mais 'justa'.

Mas as mudanças não podem parar com a chegada do segundo filho. Tudo tem que tomar seu curso natural. Porque senão ela se torna uma criança arbitrária, que acredita ter autoridade pra controlar os pais, dizer pra eles o que fazer.

Verdade seja dita, as vezes tais mudanças realmente ficam mais lentas. Ela estava praticamente 'fora' das fraldas, mas quando o Gio estava pra nascer e também nos primeiros meses após o nascimento dele, a Yasmin se recusava em deixa as fraldas de vez. Ela também estava começando a comer sozinha, mas recuou nisto também.

No início até estranhei a total falta de ciúmes da Yasmin. Ela estava encantada com o irmão, com a situação. Ainda está, mas também já reclama. Não do irmão, mas de nós.

No início quando eu estava trocando a fralda do Gio, por exemplo, e ela vinha com um livrinho pra eu ler, eu dizia que era pra ela esperar até a mamãe terminar de fazer o que estava fazendo. Ela concordava, sentava e esperava. Hoje em dia não. Ela pede, eu peço pra esperar, ela pede de novo e de novo. Eu procuro não discutir, ela fica um pouco irritada, e às vezes até um pouco agressiva ao ponto de que, quando termino o que estava fazendo e ofereço pra ler o livrinho, ela diz que não quer mais e o joga longe. Sei que é pra chamar minha atenção, mas lidar com esta situação nem sempre é facil.

Ainda bem que o ciumes dela não se volta em momento algum contra o irmão. Quando ela nao se irrita com nós, como neste caso, ela age como um bebê. Isto é conhecido em muitos casos assim. Li bastante a respeito. Mas criança não vem com manual de instrução... não dá pra aplicar uma regra a todos os casos.

Penso que tenho nestes momentos 3 alternativas. Todas elas trazem seus pros e contras.

1- Entrar no clima. Agir com ela como se ela realmente fosse um bebê. Pegar no colo, dizer que é o nenem da mamãe, dar o suquinho como se fosse mamadeira, etc. Assim preenche a falta de atenção que a criança está sentindo naquele momento, mas corre-se também o risco desta brincadeira virar uma mania, e a criança sentir que assim ela consegue o que quer, e por isto vai repeti-la por várias vezes ao dia.

2- Ignorar a criança quando ela está agindo assim. Ao ter uma atitude ignorada, a criança geralmente pára de agir desta forma. Mas como o ciumes é uma emoção da qual ela precisa se livrar, vai acabar fazendo de outra maneira. Isto pode fazer com que ela se torne contra o irmão mais novo, que é - pra ela - o causador de tais mudanças.

3- Conversar, xingar. Dizer que não é legal o que ela está fazendo. Que o papai e a mamãe querem que ela seja a menina linda de sempre, e não um bebê. Que eles a amam assim, do jeitinho que ela é. Não sei se é viável tentar explicar isto pra uma criança de 3 anos. E pode fustra-la e deixa-la ainda mais irritada. Além do que xingar também não é bom, porque a criança acaba conseguindo o que quer: atenção. E atenção seja ela boa ou ruim, é sempre atenção.

Já usei as 3 opções, e na minha opinião a escolha entre uma ou outra depende do momento, da situação, e da criança. E escolher a opção menos apropriada pro momento é algo que acontece. Quem dera mãe não errasse nunca.

Mãe fica com o coração partido, achando que está errando em tudo. Achando que a carência do filho é justa, que está dando mais atenção pra um do que pra outro. E acaba virando uma paranóia. Evitar dar muito carinho pra um na frente do outro, e por aí vai. Mas ambos merecem atenção, carinho, colo. E principalmente na frente do outro. Assim a gente só cria um ambiente familiar saudável. Quando esta neura passa, a gente descobre que abraçar e beijar filho sem culpa é muito bom.

Já as outras atitudes, aquelas que faziam parte da mudança que estava começando a ficar meio lenta, estas estão novamente caminhando bem. Ha mais de um mês que a Yasmin come sozinha, e fralda só daqueles modelos calcinha, que ela mesmo tira quando vai ao banheiro e coloca novamente. Finalmente ela esta mais interessada em ser uma mocinha grande do que ser um bebê pra disputar a atenção com o irmão. Pelo menos nestes quesitos. Quanto ao resto, a gente vai levando, errando e acertando. É fase e uma hora vai passar.

Quando nós finalmente conseguimos aprender a viver com esta situação, resta apenas curtir a sorte de ter dois filhos lindos, saudáveis, maravilhosos e que nos amam e se amam também.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Fora a gripe...

...só alegria por aqui.

Com estes dois nem tem como ser diferente.

Não é Mac Donald's, mas EU AMO MUITO TUDO ISTO!!




quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

JUST THE 3 OF US


Esta semana o Daniel está em Bruxelas, em treinamento oferecido e pago pela HP. Ele foi na segunda-feira e voltará hoje a noite. Estão sendo 4 dias sozinha com os meus filhotes.

Esta tudo corrend bem. A hora de dormir é que se transforma num corre-corre. Os dois estão acostumados a dormir no mesmo horário... e sozinha eu tenho sempre que ter uma estratégia pra que tudo saia sem muito stress... hehehe

A primeira noite foi assim: Primeiro coloquei o Giovanni pra dormir, dai levei a Yasmin pra cama. Entre escovar os dentes, trocar de roupa, ler uma historia, etc, o Giovanni acordou. Tive que deixa-la me esperando na caminha dela, com o livrinho na mão. Depois que o Giovanni melhorou da cólica (sempre tem atacado este horário), voltei pro quarto da Yasmin. Contei a historinha, cantamos juntas, e sai. Fui pra sala disposta a ver um dvd. Quando comecei a assistir, o Giovanni acordou novamente, e pra minha surpresa e azar não queria dormir de novo. Levei pra sala, e depois de 40 minutos consegui faze-lo dormir. Já eram 23:30, e acabei desanimando de continuar o filme. Dei uma geral na sala, olhei meus emails, etc, fiz a mamadeira da madrugada e fui dormir.

Na segunda noite troquei de estratégia, levei a Yasmin pra dormir. E o Gio no meu colo. Fora o fato de que ele ficava puxando o livro que eu estava tentando ler pra ela (e ela ficava irritada e xingando ele...hehehe) foi tudo bem. Vim pra sala, fiz o Gio dormir, e coloquei ele no berço. Fui assistir um outro filme (desanimei de continuar o de ontem). O Gio acordou uma vez, mas logo dormiu de novo.

A terceira noite, troquei de novo a estratégia. Aliás, nem é bem estratégia, eu coloco pra dormir primeiro aquele que está com mais sono, mais caidinho, e desta vez era o Gio. Coloquei ele pra dormir e fui com a Yasmin fazer todo o ritual. Sai de lá e o Gio ainda dormia. Mal cheguei na sala ele acordou. Fui lá e em poucos minutos ele estava dormindo de novo. Dei uma organizada na sala e fui assistir outro filme.

A correria é grande, mas no final tudo dá certo, Hoje tem a quarta e última noite da série. Vamos ver qual estratégia terei que adotar.


LINDINHA DA(S) VOVÓ(S) E DO(S) VOVÔ(S)

Ontem meus sogros estiveram aqui pra nos visitar e nos fazer companhia. Estavam com receio que eu me sentisse muito sozinha estes dias todos sem o Daniel. Queriam me dar uma força. Aliás, eles sempre me dão muita força, me tratam como filha mesmo. Tenho muita sorte com a família que fiz aqui.

Minha sogra ontem disse pra mim: Falo sempre que tenho 1 filho (Daniel), 2 filhas (Bianca e eu) e 1 genro (Gertjan, marido da minha cunhada Bianca). E eu disse que sei disto, porque é assim que eu me sinto também, talvez porque eles demonstram isto na forma que me tratam, e a recíproca é totalmente verdadeira.

Sem falar que são avós maravilhosos pros meus filhos. A Yasmin é a queridinha deles. Não tem como negar, como evitar. Eles mesmo admitem isto. Minha sogra me confessou com os olhos cheio de lágrima que amam todos os 6 netos, mas não dá pra negar que com a Yasmin e o Gio é diferente... ela me disse que desde que a Yasmin nasceu é que eles realmente podem ser avós por completo, sem ter que medir as palavras, os gestos de afeto... que eles não apenas sabem o que é amar um neto, mas também descobriram o que é ser amado por um.

E isto eles realmente são. A Yasmin é louca pelo opa e pela oma dela. Minha filha é uma criança muito carinhosa, e enche mesmo a vida deles de amor, de afeto. Ela adora abraçar, beijar, diz que ama, e tudo de forma pura, limpa. Se eles trazem presente, ganham beijos, abraços, fazem ela feliz. Se eles não trazem nada, é a mesma coisa.

Aliás, a Yasmin distribui afeto onde passa. Ela sabe que é dando carinho que se recebe, e quando ela sente que é amada, ela corresponde. Quem já ganhou um abraço destes, sabe o que eu estou falando (não é dindinha?)

Meus sogros passaram por momentos dificeis em 2004, e confessam que a Yasmin foi quem manteve eles lutando, quem os motivou a sair daquela situação. Foi mesmo por ela que eles deram a volta por cima. E por ela eles realmente fariam qualquer coisa.

Meu sogro é uma pessoa maravilhosa, mas é meio na dele. Não demonstra muito afeto, muita emoção. Ou melhor, não demonstrava, até a Yasmin entrar na vida dele. Ele é extremamente apegado à ela. Sempre que meus sogros vem aqui, o opa a leva pra passear, seja junto com a minha sogra, ou como ontem, sozinhos. Foram pra Alkmaar, passearam, compraram roupa pra ela (e ela que escolheu), comeram batata frita e fizeram supermercado (leia-se comprar sorvete, revistinha, etc.).

Pois é, a Yasmin derreteu o coração as vezes frio do sogrão. Ele as vezes liga aqui pra casa só pra falar com ela, com a princesa do vovô. Só pra ouvir a voz dela, pra rir das historias dela, etc.

Só espero que ela não fique muito mimada com tanto amor de avós... hehehehe. Se bem que é justo, porque ela tem colhido só o que ela planta. E também ela não pode ser muito paparicada pelos meus pais, por causa da distancia, embora os ame muito também. A Yasmin vive falando neles com muito carinho (vovói e vuvu), e quando esta perto os enche de abraço, de beijo, de carinho... e quando está longe eu me encarrego de não deixar que ela se esqueça deles e do quanto eles a amam.

Quem me dera a Yasmin (e também o Gio) pudesse desfrutar do amor de todos os avós com a mesma frequência.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

TUIN NEWS

Neste domingo a família Tuin cresceu. Nasceu nossa sobrinha, Hannah. A quarta filha da minha cunhada Bianca. Quatro vezes menina... será que eles vão parar por aí? Será que estão tentando um rapazinho?

Enquanto isto, Giovanni continua reinando absoluto como o machinho da família. Mas vai ter trabalho com estas meninas todas. Ele vai ser obrigado a brincar de casinha, tadinho.

Quem diria. Meus sogros tiveram 2 filhos e jamais imaginariam que seriam avós de 6 netos. Isto se minha cunhada parar por aí. Animada ela.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

PÁRA COM COMPARA(ÇÃO)


Dois filhos. Um casal. Uma menina e um menino. Quem não sonha com isto? Eu nunca desejei exatamente assim… nunca fiz questão, mas hoje eu vejo que é muito legal poder experimentar, curtir, viver e comparar os dois lados. Sim, porque eles não são apenas de sexo distinto, mas são crianças muito diferentes uma da outra… e o mais estranho, é que também são extremamente parecidos.

Algumas pessoas (a maioria de amigas minhas que são mães de um só filho – por enquanto) me fizeram a mesma pergunta. Pergunta a qual eu fazia a mim mesma antes do Giovanni nascer. “Como eu posso amar outro ser da maneira que eu amo meu nenem?? É verdade que mãe ama todos os filhos de forma igual?”


Minha resposta: SIM. Quando o assunto é amor por um filho, não dá pra medir, comparar, tabelar, fazer estatística. Amor é amor e pronto. Claro que a gente aprende a amar com a convivência, e talvez por isto, nos primeiros meses de vida do segundo filho seja possível afirmar que se ama o primeiro filho mais do que o segundo, recém chegado. Mas depois de uns 2 ou 3 meses, esta diferença não é mais visível, sentida, ou possível de se calcular.

É verdade que a gente vive as emoções da maternidade com um segundo filho de forma diferente. É difícil de explicar o porquê… não sei se é porque agora temos mais experiência, não sei se porque agora tem outra criança em casa e a atenção precisa ser dividida (e o trabalho dobrado). Mas a verdade é que estas emoções, uma a uma, embora sejam vividas de forma diferente, não chegam a ser menos intensa.

A gente sabe que filho não se compara, mas não dá pra evitar. Não dá pra não notar e comentar as semelhanças, analisar e procurar as diferenças.

Tão diferentes e tão iguais. Fisicamente também é assim, embora é inegável que existem neste caso mais semelhanças do que diferenças (vide fotos).

As diferenças vão além do que se vê… ELA nasceu em casa, ELE, no hospital. ELA eu amamentei por 2 anos. ELE tem 6 meses e já não mama mais no peito. ELA sempre foi miudinha. ELE já nasceu grandão, E por aí vai.


As semelhanças também ultrapassam as vistas em fotos. Ambos me obrigaram cedo a descer o nível do cercadinho e do berço. ELA com 7 meses, ELE, mesmo antes de completer 6. ELA andou aos 10 meses. Eu acho que ELE dará os primeiros passos antes de completar 9. Ambos são crianças sorridentes, de riso fácil. Basta um olhar, mandar um beijo, falar um oi, e eles abrem aquele sorriso que resolve o nosso dia. :)
Ambos adoram dormir comigo (parte menos romântica, quando o assunto são as minhas costas… ai ui). A Yasmin até os 7 meses nem soube o que é passar uma noite no berço. O Giovanni (com o segundo filho a gente tenta evitar os mesmos erros) nos seus 6 meses, já dormiu bem mais por lá do que a Yasmin dormiu nos primeiros 2 anos de vida. Porém menos do que eu gostaria que fosse. Mas não reclamo, verdade seja dita, tirando a dor nas costas, amo dormir agarrada a eles.

A Yasmin aos 3 anos ainda vem com bastante frequencia pra nossa cama de madrugada. E muitas das vezes o Giovanni já se encontra por lá. Bom, esta história tem me causado noites em claro, olheiras enormes e muito cansaço. Eu digo as vezes que descanso durante o dia e me canso à noite.

Prefiro acreditar que daqui uns 3 anos ambos estarão dormindo em suas caminhas e eu voltarei a experimentar uma noite inteira de sono. Até lá vamos vivendo este filme, que se tivesse um nome, com certeza seria “uma cama para 4”.

Sorte que amor de mãe é incondicional e eles podem tudo. Até me cansar de dia, e me exaustar de madrugada :) Ser mãe é sofrer sorrindo (ou seria sorrir chorando?)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

ABC antes da hora??




A Yasmin sempre foi uma criança a frente de sua idade. Claro, sou mãe e isto soa exagerado. Eu sei. Mas não me baseio em minha corujisse pra dizer isto. Todos em nossa volta sempre concordaram que ela é extremamente inteligente.

Sabemos que uma criança educada em mais de um idioma tende a demorar um pouco mais pra desenvolver a fala, porém a Yasmin com 1 ano e meio já obtinha um vocabulário quase inimaginável pra idade dela.

Aos 2 anos Yasmin já falava frases completas e corretas. Hoje, aos 3, ela fala como gente grande e até a professora já comentou conosco que mesmo ela sendo a mais novinha da turma, é a que fala melhor o holandês. Não apenas a pronúncia é mais clara, mas o vocabulário e a construção correta das frases é incrível.

Tão esperta assim, eu já esperava que ela fosse se interessar cedo pela leitura e escrita. Mas foi tudo muito natural. As vezes comentávamos o nome de uma letra, seja na garrafa de refrigerante, num livrinho dela, na tv... mas na maioria das vezes ela é quem perguntava.

Pra facilitar começamos a dar imagem para as letras. Assim ela poderia visualizar melhor as mesmas. Também aprendemos o alfabeto na escola desta forma. Eu ainda me lembro do A de abelha, do E de escova, do I de índio... e por aí em diante.

Aqui em casa o M é de Mamma (mamãe), o P de Pappa (papai), o G de Giovanni, o Y de Yasmin, o A de appel (maçã), o O de Opa e Oma (vovó e vovô), o E de Eefje (nome de uma prima), o L de Luna (nome da nossa gata), etc. Depois de aprender a reconhecer algumas letras, ela quis aprender a escreve-las também. Achamos meio cedo, mas como o interesse partiu dela nós fomos ensinando.

Tudo começou a cerca de 1 mês e a Yasmin já reconhece praticamente todo o alfabeto, e sabe escrever pelo menos 70% das letras. E ela continua querendo aprender. Continua pedindo.

O que sempre nos admirou nela é a memória incrível que ela tem. A Yasmin comenta coisas que aconteceu 1 ano atrás como se fosse ontem, e com riqueza de detalhes.

Os livros sempre foram os brinquedos favoritos dela. Ela prefere uma historinha do que brincar de boneca... sempre foi assim. Entre os muitos livrinhos que ela tem, há uma coleção de um ursinho chamado Beertje Bruin (Ursinho marrom). Ela adora tanto esta coleção que alguns livrinhos ela sabe de cor. Com 2 anos e meio ela pegava um livrinho do Beertje Bruin e fazia como se estivesse lendo, falava palavra por palavra do livro, e virava de página na hora exata. A impressão que dava é que ela estava realmente lendo o que estava escrito. O livro tem 16 páginas.

Lemos uma reportagem que dizia que iniciar a alfabetização aos 3 anos não é bom pra criança. Pena que no texto não falava como agir quando isto parte da própria criança, porque é complicado negar, ignorar o interesse dela.

Eu acho que tudo tem seu tempo. Por exemplo, ainda achamos cedo ensina-la a escrever palavras usando as letras que ela já conhece. Claro que na empolgação, chegamos a fazer isto. "Yasmin, Mama + Appel + Mama + Appel é a palavra Mamma". Ela discordava. Dai percebemos que estavamos indo rápido demais. Pra ela basta o M e pronto, é Mama. Por enquanto deve ser assim.

Porém já comentamos com ela que a letra é utlizada pra várias palavras e é apenas a primeira letra de determinada palavra. E ela entende, tanto que nunca fala que escreveu Mama, mas que escreveu a letra de Mama. Algumas letras ela chama pelo nome da própria letra, como por exemplo o E. Ela diz: "olha, o E de Eefje".

A conscientização de que letras formam palavras, já existe. Só que complicar mais não é legal. Tudo - como foi até aqui - deve partir da própria Yasmin.

A filha da minha amiga/irmã/cumadre também iniciou cedo sua alfabetização. Também se mostrou pronta antes da maioria das crianças da idade dela. Hoje aos 6 anos ela está na segunda série. Lembro da minha cumadre (né Vá?) se perguntando se deveria colocá-la no primeiro ano aos 5 anos, ou não. É uma decisão importante, porque é o início da vida escolar e social da criança. Mãe sabe o que é melhor pra gente, mas tem decisões que a gente toma, que não tem como prever se lá na frente isto era o melhor a ser feito. A Letícia (filha da minha cumadre) está provando que sim. :)

Mas pra mim e pra Yasmin ainda tem muito chão até lá. Muito livrinho pra lermos juntas, muita letra e coisa nova pra aprender, descobrir. E enquanto isto for prazeroso e divertido pra ela, eu estarei sempre pronta pra incentivar, ensinar e babar. :)

domingo, 6 de janeiro de 2008

Ofício mãe

Sou mãe e dona de casa. Isto é o que eu faço. Minha ocupação. Ocupação é ofício. Ofício é profissão. Portanto Mãe também é profissão. Árdua inclusive.

É bom lembrar que mãe não carrega cartão pra bater ponto. É um emprego contínuo. Eu trabalho em 4 turnos. Manhã, tarde, noite, e às vezes, principalmente, de madrugada. Ah, e não tem pagamento no final do mês. Ainda acham que ser dona de casa e mãe é moleza. É escolher o caminho mais fácil...

Claro que às vezes não é questão de escolha. No meu caso é. Eu poderia estar trabalhando fora, mas escolhi cuidar da minha família. Por quanto tempo farei exclusivamente isto, não sei. Mas eu estou feliz assim agora.

Sempre que a gente conhece uma pessoa, duas das primeiras perguntas são ou, "você trabalha?", ou "onde você trabalha?" . Isto é normal do ser humano contemporâneo, onde a maioria das pessoas tem uma profissão não- continua. Onde a maioria se especializa em alguma coisa, e sai de casa pra cumprir uma função remunerada.

Se há alguns anos atrás causava estranhamento quando uma mulher dizia: "Eu trabalho fora", tamanho estranhamento causa hoje quando alguém diz que é dona de casa por opção. Falo por experiência própria. Muita gente acha que eu me convenci de que isto é o que eu quero, porque assim não me sinto derrotada por não trabalhar fora. Porque será que precisa ser sempre assim?

Eu admiro as pessoas que sentem necessidade de produzir além da porta da rua... que escolhem trabalhar fora e assim o fazem. Respeito as pessoas que gostariam de ficar em casa, cuidando dos filhos, mas não tem esta opção porque precisam ajudar no orçamento do lar. Mas aquelas pessoas que escolhem cuidar excluivamente da família (ainda que temporariamente), grupo da qual eu me enquadro, também merecem respeito, e não aquele olhar de "coitada, ela não trabalha".... o que? Eu trabalho sim, e muito. Mas não reclamo porque eu curto esta minha função temporária. Meus filhos só terão a ganhar, porque eu estou 24x7 por conta deles.

Árduo ofício, apesar de maravilhoso. Porque dona de casa/mãe é aquela pessoa que não dorme, que fica ao fim do dia sem banho pq durante o dia não deu tempo e a noite ela está tão exausta que deixa pro dia seguinte. Dona de casa/mãe é aquela pessoa que come comida fria. Que bebe refresco morno. Que dorme vendo tv. Que dá boa noite e ainda demora uma hora pra ir dormir porque precisa 'colocar umas coisinhas no lugar'. Dona de casa/mãe é aquela pessoa que começou a ler um livro e um ano depois não conseguiu termina-lo. Dona de casa/mãe é aquela que fica com a menor porção da sobremesa, que limpa só pra galera chegar e encontrar o chão em ordem pronto pra que eles sujem novamente. Que faz a cama pra criança pular em cima e jogar as almofadas longe. Que faz comida e fica toda contente porque todos comeram e gostaram. Isto não é ser submissa. Isto é cuidar. Eu cuido. E se assim ainda posso dizer que amo o que faço, é sinal de que sou sim feliz na minha profissão. Que faço com amor de verdade.

E isto tudo não faz de mim (ou de outra donas de casa/mães) heroínas, super pessoas... isto só faz de nós pessoas normais. Que acorda pronta pro batente e vai dormir exausta e com a sensação de dever cumprido.

Sem esquecer claro, das Donas de casa/mães que ainda trabalham fora. Que tb comem comida fria, dormem pouco e bem tarde, acordam cansadas e bem cedo. Saem de casa, sentem saudades dos filhos o dia todo. Chegam em casa cansadas e ainda sim, prontas pro turno da noite e madrugada.

Mulher. Depois dissem que somos o sexo frágil. Vai entender.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Guerra de culturas

Eu sempre imaginei que criar filhos, sendo o pai e a mãe de países (e principalmente culturas) diferentes, seria uma missão complicada. Me enganei. É muito mais do que complicado. Chega às vezes à margem do impossível.

Assim sendo, o mais correto é entrar em acordo. Fácil de falar. Possível de fazer, mas também complicado. Ele cresceu sob uma cultura totalmente inversa à que eu cresci. Ele ouve conselhos da mãe, da avó, que fizeram diferente da minha mãe, da minha avó. Eu acho que fui o lado que mais abriu mão nestes anos todos. Mas existem também as coisas das quais eu não abro mão. Umas o Daniel respeita, outras a gente leva várias discussões pra chegar no tal 'acordo'. O problema é que estas discussões acabam desgastando o relacionamento. A gente tenta ficar atento a isto. Mas acontece com todo mundo.

Pra educar filhos, não existe um manual. A gente, quando ainda tem planos de ter filhos, ou quando estamos aguardando a chegada deles (filhos), senta e conversa sobre possíveis pontos de discordância, e o que devemos ou não devemos fazer. Mas na prática não funciona sempre.

Por exemplo, sempre dissemos um pro outro: "se você discorda de algo que eu falei pra Yasmin fazer, ou não fazer, depois a gente conversa. Jamais diga isto na frente dela. Jamais tire minha autoridade." Isto é o ideal, mas as vezes quando vemos, já era.

O que acaba-se criando é que a criança, que percebe esta discordância, abusa da situação. Se a mamãe criticou o papai porque este me impediu de fazer algo, é pra ela que vou correr, e vice-versa. E eles percebem isto mais cedo do que a gente imagina.

Facil seria se desse sempre pra fazer de conta que concordamos, e ainda sim conseguir fazer a nossa maneira, como dia destes. Giovanni estava caindo de sono, e choramingando no colo do Daniel. A TV ligada super alta. O Giovanni, nem ninguém, conseguiria dormir com aquela barulhada. De tanto sono, o choramingo ficou choro mesmo, e o Daniel:
- Traz o remedinho do dente dele pra mim?
Eu:
- Ele tá é com sono, e não com dor de dente. Abaixa o volume da tv senão ele não dorme.
Ele:
- Tá, traz o remedinho que eu abaixo o volume da tv.
Feito. Em poucos minutos o Giovanni dormiu.
Eu fiquei pensando: "Finalmente o menino conseguiu dormir sem aquela barulhada, e o Daniel ficou satisfeito porque acha que é o remedinho pro dente que resolveu o problema." E o Daniel no mínimo pensava: "Agora sem dor de dente o Giovanni conseguiu dormir. Tudo bem que pra isto tive que abaixar o volume e deixar a mãe dele achando que ela sabe de tudo."

Pois é, então.

Novamente estas mal traçadas linhas

Vontade de escrever. Razão para escrever. Inspiração para escrever. Tempo para escrever. Talento para escrever. Em níveis diferentes, um pouco de tudo. Uma coisa mais, outra menos, já outra praticamente nenhuma.

Não sei se o que mais me falta é talento ou tempo. Mas com certeza o que mais andava gritando era a vontade... vontade de escrever, de contar, de dividir. Tanto que ensaiei esta volta várias vezes, mas por falta de tempo, inspiração ou talento, não passavam de planos.

Falar de filho é um problema. Babação é um risco. Um risco de cometer um erro. Sei que não tenho como evitá-lo o tempo todo. Mas a princípio meus planos é mais escrever sobre meus pensamentos, opiniões, experiências como mãe, do que fazer um diário baba-ovo em si.

A vontade de criar bateu. Abro a porta e deixo ela sair. Falar dos meus amores é fácil demais e extramente complicado. Falar de alguém que a gente ama, incodicionamente, é um desafio. Mas eu quero tentar.

Sou honesta, e não vou dizer que este blog é feito para os familiares e amigos poderem acompanhar o dia-a-dia dos meus filhos, da minha família. Eles irão sim, se beneficiar também, mas o blog foi mesmo feito pra que eu possa deixar minha vontade fluir. Escrever, pra quem gosta (tenha talento pra isto, ou não) é uma necessidade.

A quem veio, boas vindas... vamos começar de novo? :)